

Transdisciplinaridade
Certo dia, um elefante chegou à cidade pela primeira vez. Um grupo de homens cegos soube da presença do animal e decidiu tentar compreendê-lo pelo toque.
Não! Esse texto não é uma ode ao abandono das máscaras – aliás, dependendo de onde você está agora, espero que esteja usando a sua (fica a dica). O ponto aqui é outro: será que antes da pandemia você já não usava máscara? Mais: será que após a pandemia não seguirá usando? Não me refiro à máscara como uma questão de saúde pública. Tampouco no sentido de disfarce, fingimento ou falsidade. Estamos falando de oratória.
A oratória é uma habilidade-base, de primeira camada, que circunda toda e qualquer dimensão da vida humana. Uma fala segura, clara e assertiva nos encoraja a dividir o que pensamos, a expressar o que sentimos, a ter mais confiança no dia a dia para enfrentar os mais diversos desafios na vida afetiva, pessoal, profissional. Mas será que pesamos isso no cotidiano ou falamos com pitadas de monotonia, previsibilidade e zona de conforto?
É comum que se pense a oratória num sentido mais clássico, que pressupõe um palco, um púlpito, uma plateia e uma lógica discursiva. Pode até ser. Mas, alto lá, ela não se circunscreve a essa dinâmica. Prefiro enquadrá-la como um conjunto de técnicas e práticas em favor de uma comunicação mais humana e envolvente, independente do contexto. Nesse sentido, vou me ater a dois aspectos que, se bem dominados, fazem a diferença: respiração e expressões faciais.
Respirar não é apenas o processo mecânico de se colocar ar para dentro e para fora do corpo. Quando consideramos a comunicação, oxigenar o corpo é também acalmá-lo – convenhamos, dependendo do desafio, falar pode ser muito estressante. Com pausas bem calculadas, quem fala também contribui para a assimilação de quem ouve. Pausar é também enfatizar, lançar reflexão, dar tempo ao outro. Observar as pistas que o público oferece. Encontrar, no silêncio, o reforço para o que disse com corpo e voz.
Essa busca pelo outro pressupõe saber ouvir, claro, especialmente quando o contexto é o de um diálogo, uma troca mais horizontal. Mas independentemente do contexto, no limite, um dos ingredientes que nos torna humanos é a emoção. Daí que as expressões faciais são centrais para se temperar a comunicação. Nada de exagero ou de atuação; tudo de naturalidade e de estilo próprio. Não usar expressões faciais, no entanto, não é uma opção. Emoções primárias como alegria, tristeza, medo, raiva, são temperos de uma linguagem universal dos sentimentos humanos.
Imagine conversar com alguém que não reage a nada do que você diz ou não expressa nenhuma emoção com o rosto quando fala. Não é estranho? Pense, agora, no oposto. Considere alguém que, ao falar, muda o rosto em linha com o assunto – sorri ao trazer algo positivo, retrai o olhar ao endereçar tema mais delicado – com naturalidade, sem excessos que abram margem para o artificial. Bem diferente, não? O mesmo para aquele que pausa adequadamente, que respira entre as frases – e permite que você respire também. Nada mais chato que conversar com alguém que atropela as ideias.
Como antecipei, não nego: as máscaras nos desafiam na busca por uma fala mais expressiva, de maior brilho, pois exigem ainda mais esforço de nossa parte para comunicarmos efetivamente o que queremos, da forma como devemos. A boa notícia, no entanto, é que elas vão passar… Mas e a sua busca por uma oratória cada vez mais consciente? Espero que esta busca não passe nunca. Até porque não há busca mais saborosa – quem fala bem que o diga em alto, claro e bom som.
Certo dia, um elefante chegou à cidade pela primeira vez. Um grupo de homens cegos soube da presença do animal e decidiu tentar compreendê-lo pelo toque.
Quanto mais erros, pior? Quanto mais erros, pior, certo? Era o que pensava Amy Edmondson, antes de iniciar uma pesquisa que mudou sua perspectiva sobre aprendizagem
Vcoê é cpaaz de ler etse txteo com lteras torcdas ou msm sm algms ltras? Agora pensa em um chocolate quente bem cremoso fumegando na caneca. Você já sente um leve gostinho só de ler essas palavras ou pelo menos deu água na boca? Por que isso acontece?
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